Rubens Amaral
  

 Gentecista

Médicos que gostam de Gente

A formação dos médicos de hoje está extremamente focada na doença e não na pessoa, até retirando desse jovem estudante, pelo menos parcialmente, os valores humanos que traz consigo do seio familiar e da sua educação, tornando-o ao final do curso um técnico especialista em células, órgãos e sistemas. Um cardiologista, um oftalmologista, um nefrologista, um dermatologista, enfim, um especialista em células, órgãos e sistemas doentes, um especialista em doenças e não em Saúde e muito menos em gente. Defendendo novos rumos para a Medicina e para os tratamentos de Saúde, Rubens Amaral cria, registra e patenteia o neologismo "GENTECISTA".

Com isso, Rubens Amaral, indica novos caminhos para os cursos médicos e por que não para todos os cursos da área da Saúde. Como colocar no mercado profissionais que gostem de gente, que sejam especialistas em gente se nos currículos médicos não tem antropologia, não sabem a história do homem, não tem filosofia, não sabem como o homem pensa, não tem teologia, não conhecem sua relação com Deus e com o sobrenatural, não tem sociologia, não sabem como a sociedade caminha?

O médico explica que assim fica difícil exigir que esse profissional atenda uma pessoa olhando-a no olho? Essa é uma queixa, mais do que comum nos ambientes sociais: “Aquele médico nem me olhou no olho!”. Para exemplificar, Rubens Amaral  lembra que o único profissional médico especialista que olha no seu olho é o oftalmologista, mas olha no olho órgão e não no olho pessoa. E assim cada vez mais temos especialistas em doenças, e não em seres humanos que são os portadores das doenças.

Na opinião de Rubens Amaral, o médico tem que ter, pelo menos, duas especialidades. A primeira é de quem e não de que. É ser especialista em Gente. Gostar de Gente. Amar as pessoas, conhecer as pessoas, o ser humano. Amar e conhecer precisam estar juntos porque só se ama o que se conhece.

Esta primeira e fundamental especialidade que é gostar de Gente começa bem cedo, muito antes do ingresso na faculdade de Medicina. Começa em casa, na educação, valores e princípios, no relacionamento com pais, irmãos e familiares. Depois, na escola, com coleguinhas, amiguinhos e professores, e, por fim, com a sociedade.

Esta primeira e fundamental especialidade, que é especialista em Gente, “Gentecista”, vem com o estudante de medicina já em seu cerne quando inicia o curso médico e a busca do conhecimento “tecnicista”, na faculdade de Medicina, deve ser uma forma de poder executar este seu “dom humanista” com mais eficiência e qualidade. O status e o dinheiro não podem nem devem fazer parte desta escolha, sob o grande risco de se frustrar expectativas pessoais, profissionais e sociais.

Enfaticamente, Rubens Amaral reafirma que a faculdade de Medicina deve contemplar em sua grade curricular, além das tradicionais e novas especialidades médicas, disciplinas que capacitem, ainda mais, este ser humano tão especial, não por ter escolhido a Medicina, mas por ter sido escolhido por ela, com noções fundamentais em Antropologia, Filosofia, Teologia, Sociologia, Relacionamento Humano, Direito e Administração. Caso contrário, como oferecer ao estudante de Medicina a necessária capacitação e treinamento para se relacionar com gente, pacientes e clientes?

O exercício da Medicina, freqüentemente, se depara com situações delicadas, onde não basta ser especialista (tecnicista), é necessário ser duplamente especialista, e, principalmente, “Gentecista”. Para escolher a especialidade médica, o futuro médico, tem seis anos e mais a residência médica convivendo com as especialidades, pacientes e professores, mas para tornar o estudante especialista em Gente, os atuais cursos de Medicina, precisam avançar um pouco mais. Para Rubens Amaral, uma pessoa para ser médico e praticar uma Medicina de qualidade é necessário, em primeiro lugar, uma formação humanística, ampla, geral e irrestrita. Conhecer a fundo as várias dimensões da pessoa humana, para poder se relacionar com ela em primeiro lugar, e, então, depois, diagnosticar e tratar.

Uma vez “Gentecista”, aí sim escolher a outra especialidade, esta técnica, fruto da maior afinidade com a disciplina e então teremos preparado o futuro médico para a sociedade que antes de ser especialista de que será de quem. Médico de Gente.
O mais importante na prática da Medicina é a pessoa humana e isso não pode ser esquecido.

Para Rubens Amaral, nada pode ter mais valor do que o ser-humano e, muito mais importante do que se ter a melhor técnica operatória ou o melhor equipamento para diagnóstico (que podem e frequentemente são substituídos, tornando-se obsoletos) a única coisa que é absolutamente insubstituível é o que é natural, e natural é o ser humano.

Assim e sempre o médico, na visão de Rubens Amaral deve ter pelo menos, duas especialidades, e, uma delas, com certeza, “Gentecista”.